Abertura de trecho do córrego Verde na praça Gastão Vidigal

O projeto propõe o desvio da vazão de base do córrego do Verde II para um trecho que será aberto na parte central da praça Gastão Vidigal, no Jardim Paulistano (zona oeste de São Paulo), associado à proposição de uma área de lazer para a população. 

Propõe-se a recuperação das margens do córrego Verde II com plantio de espécies arbustivas, de mata ciliar e plantas fitorremediadoras (que funcionam como filtros biológicos). 

Na proposta, o escoamento superficial da praça é conduzido a jardins de chuva que, associados a uma vegetação adequada e de baixa manutenção, fitorremediam os possíveis poluentes presentes nas águas pluviais. Desta forma, as impurezas são filtradas pelas raízes e minerais presentes nos jardins e retidas por gradeamento antes que entrem no corpo d’água. 

Optou-se pela impermeabilização da base do jardim de chuva por se tratar de uma área de planície aluvial. Assim, o jardim de chuva atua aqui como um elemento filtrante e não infiltrante da água.

Posteriormente, o excedente do escoamento superficial é encaminhado ao trecho aberto do córrego Verde II, diminuindo a velocidade da água. Embora não possua função de reservação, o trecho que será aberto na praça Gastão Vidigal reduzirá a velocidade de escoamento da água da chuva em decorrência do aumento da rugosidade ocasionado pelo revestimento natural das margens do córrego. 

O projeto insere-se em uma proposta sistêmica e multifuncional para a bacia do córrego Verde, que objetiva realizar o tratamento dos seus espaços livres e prima por conduzir as águas com segurança, promover abrigo para a fauna urbana e melhorar o conforto térmico, assim como abarcar as funções das demais infraestruturas urbanas. O projeto foi desenvolvido nos trabalhos da coordenação dos projetos da iniciativa Cadernos de Bacias Hidrográficas da Prefeitura de São Paulo.

Para além dos muitos benefícios estruturais relacionados às questões hídricas e de conforto térmico, a abertura de um córrego na cidade é uma forma de simbolicamente reconectar as pessoas à água. A visualização de um córrego com a vegetação de suas margens recuperadas é um trabalho pedagógico que visa fomentar na população a consciência sobre o sítio físico no qual habita.

Ainda se valoriza a passagem da água fluvial no cotidiano da cidade, relacionada no imaginário a um movimento de lazer e contemplação e não mais ao oculto, ao segregado ou ao esgotamento sanitário. 

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