Córrego Augusta​

O projeto propõe a abertura de um trecho do córrego Augusta, no centro da capital paulista, e o descortina em uma cachoeira urbana que corre entre pedras entalhadas no talude do eixo central do Belvedere da rua Avanhandava.

A transposição de pedestres entre as ruas Frei Caneca e Avanhandava se dá por escadas e patamares elevados, pensados para reduzir possíveis cortes do terreno e manter as árvores que hoje lá vivem. 

Em aço corten, a estrutura metálica permite vencer grandes vãos, além de criar uma permeabilidade visual do terreno e da forração vegetal local. Dos patamares, o pedestre é convidado a contemplar o córrego Augusta e parar por um instante para ouvir o som das águas fluviais paulistanas. Trata-se de uma maneira simbólica de retomar a importância e o protagonismo das águas na cidade associada a um passeio por entre o dossel arbóreo.

Ainda, em vazão de seca, mantém-se uma lâmina de água constante percorrendo as pedras da cachoeira urbana que logo após deságua em espelhos d’água, palco do suporte à vida de diversos animais e plantas. Neles, promove-se o plantio de espécies tolerantes a alagamentos intermitentes de fácil manutenção e fitorremediadoras de possíveis sedimentos finos diluídos na água. 

Ao final, as águas são direcionadas à galeria de águas pluviais situada na avenida 9 de Julho. Neste trecho, próximo à rua Avanhandava, propõe-se um patamar que acolha áreas para sentar e contemplar a cachoeira, assim como desfrutar um piquenique, incentivando a continuidade do ponto turístico gastronômico a jusante.

O sistema foi concebido para manter a água corrente, prevenindo eventuais propagações de pernilongos ao impedir a finalização do ciclo de desenvolvimento da larva à pupa (fase anterior à adulta).

O projeto foi produzido como uma das atividades da coordenação dos projetos da iniciativa Cadernos de Bacias Hidrográficas da Prefeitura de São Paulo.

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