Área de infiltração Saracura
Localizada nos arredores da Avenida 9 de Julho e do Museu de Artes de São Paulo (Masp), um dos mais importantes marcos turísticos de São Paulo, a área de infiltração foi concebida enquanto um modelo de retardamento do escoamento de águas pluviais, contribuindo para minimizar inundações a jusante. Um diagnóstico inicial norteou a escolha da técnica ideal para cada trecho do projeto, considerando sua adequação frente à declividade da rua e do talude, bem como ao tipo de solo e respectiva permeabilidade. O modelo baseia-se no conceito de soluções baseadas na natureza (SbN).
Iniciado um evento de chuva, as águas pluviais percorrerão as biovaletas, situadas às ruas Engenheiro Monlevade e Professor Picarolo, com seu escoamento superficial retardado em vista de pequenas barreiras inseridas neste dispositivo. Uma vez na Nove de Julho, as águas são destinadas à galeria de águas pluviais sob o leito carroçável. Em momentos de chuva extrema, o escoamento superficial das biovaletas será direcionado a poços de infiltração localizados sob as calçadas das ruas supracitadas.
Caso ocorra um evento de chuva em dias subsequentes, o que ocasionará um aumento do grau de saturação do solo, um extravasor permitirá escoar a água por entre os poços para a galeria de águas pluviais da Nove de Julho e, também, para o terraceamento nos taludes. Estes terraços de chuva, enquanto um dispositivo de SbN criado pela Guajava, atuam de forma a retardar o escoamento superficial das águas pluviais para o fundo de vale.
Quando a água atinge o nível máximo do terraço é encaminhada para biovaletas que a levam para o terraço de chuva seguinte. Uma vez na Nove de Julho, as águas da chuva seguem para um reservatório estanque sob as calçadas de ambos os lados da avenida, passando depois por um filtro de areia grossa e brita. Após sua passagem pelo filtro, são remetidas ao sistema de águas pluviais.
Por fim, é inserido um canteiro pluvial com barreiras no centro da Avenida Nove de Julho para direcionar e diminuir a velocidade do escoamento superficial das águas da chuva. O projeto também possui uma dimensão didática. Neste sentido, foram inseridos caminhos no talude para que a população possa visualizar o funcionamento do modelo. O projeto foi desenvolvido como parte da iniciativa Cadernos de Bacias Hidrográficas da Prefeitura de São Paulo.
- ANO: 2020
- LOCAL: Avenida 9 de Julho
- ÁREA: 28.000 m²
- BACIA: Anhangabaú
- CLIENTE: FCTH e Prefeitura de São Paulo
